sexta-feira, 22 de abril de 2011

ANDANDO SOBRE AS ÁGUAS

(Mateus 14: 22-33)

“22 Logo em seguida, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia a multidão. 23 Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar.  Ao anoitecer, ele estava ali sozinho, 24 mas o barco já estava a considerável distância da terra, fustigado pelas ondas, porque o vento soprava contra ele. 25 Alta madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. 26 Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: “É um fantasma!” E gritaram de medo. 27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo!” 28 “Senhor”, disse Pedro, “se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas”. 29 “Venha”, respondeu ele. Então Pedro saiu do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. 30 Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” 31 Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?” 32 Quando entraram no barco, o vento cessou. 33 Então os que estavam no barco o adoraram, dizendo: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus”.


Não há nada de errado em passarmos a maior parte do tempo de nossa vida orando para que Deus se revele a nós de forma tangível, ou seja, que tenhamos experiências pessoais com Ele, que possamos vê-lo, senti-lo ou até mesmo tocá-lo, ao contrário, isso alimenta a nossa fé, nos mantém vivos espiritualmente, pois nos faz buscar um relacionamento íntimo com Deus.

Ocorre que nem sempre as pessoas estão preparadas para terem a sua fé provada, já que Deus, em algum momento, vai provar se realmente essa fé é genuína ou apenas circunstancial. É claro que Deus se agrada daquela pessoa que tem uma vida de oração e de obediência, pois Ele mesmo disse que tem muito mais valor a obediência do que o sacrifício. Acontece que Deus é justo e não aceita hipocrisia dentro da sua igreja e, com certeza, em algum momento, Ele irá provar se realmente confiamos Nele a ponto de deixá-lo guiar as nossas vidas.

Podemos ouvir muitos irmãos dizer que Deus é soberano em sua vida, mas, na prática, enxergamos que essa mesma pessoa não confia o suficiente para deixar que Ele governe sua vida. Esse irmão deixa Deus agir até o momento em que as coisas estão acontecendo conforme a sua vontade, ou seja, tudo seguindo o seu script, porém, quando a vontade de Deus começa a prevalecer e, via de regra, vai contrariar seus planos, então, ele tira de Deus o controle da situação e passa a viver de acordo com a sua vontade e não com a vontade de Deus. A conseqüência de tal atitude é desastrosa, virão muitas derrotas e decepções e, na maioria das vezes, esse irmão murmurará contra Deus e o culpará pelos fracassos de sua vida, sendo que ele mesmo poderia ter evitado isso, caso tivesse deixado Deus no controle de sua vida.

Os planos de Deus para as nossas vidas se cumprirão, pois Ele é fiel e cumpre tudo que nos promete, porém, as coisas acontecerão no tempo Dele e não no nosso. Esses planos não podem ser frustrados pelos homens ou até mesmo por Satanás, o único ser que pode impedir o cumprimento das promessas de Deus para as nossas vidas somos nós mesmos. A partir do momento em que tirarmos Jesus do controle do barco de nossas vidas, seremos vencidos pelos ventos.

Era alta madrugada, portanto, muito escuro, e os discípulos de Jesus estavam num barco em alto mar. Derrepente, são surpreendidos com algo que vinha ao seu encontro, andando sobre as águas e ficaram aterrorizados. Imaginemos a cena: você está num pequeno barco, velejando em meio à escuridão, pois já era alta madrugada, talvez a única iluminação fosse a lua, mas, ainda, sim, não teria tanta visibilidade, quando é surpreendido ao ver alguém vindo em sua direção e, pior, andando sobre as águas. Qual seria a sua reação? Creio que teríamos a mesma dos discípulos, medo.

Os discípulos eram pessoas que conheciam Jesus intimamente, seriam capazes de reconhecê-lo em qualquer lugar, porém, tiveram medo, o confundiram com um fantasma e a Palavra diz que eles gritaram de tão apavorados estavam. Aqueles homens tiveram medo, mas, do que? Ora, Jesus já havia dado a eles , dentre outros poderes, o de expulsar demônios (Mateus 10:8), portanto, um simples fantasma não seria problema, bastaria clamar a Deus e enfrentá-lo, pois eles tinham poder para isso, porém se deixaram levar por aquilo que viram, ou seja, mantiveram o foco na situação.

Muitas pessoas têm dificuldade em entender que Deus utiliza-se de várias estratégias para cuidar de nós. Ele pode falar conosco de forma amorosa e doce ou, dependendo do tratamento que receberemos Dele, poderá falar de forma mais rígida, a fim de forjar nosso caráter. Tudo vai depender do nosso estado clínico para Deus nos submeter ao devido tratamento. Sendo assim, Ele poderá cuidar de nós, colocando-nos em situações de adversidade, para que possamos nos aproximar mais Dele. Infelizmente, a maioria das pessoas só busca Deus quando está tudo bem, quando suas vidas estão prósperas  e regadas por felicidade e saúde, então, Deus quer saber se realmente aquela pessoa o ama de verdade ou quer apenas receber suas bençãos. Não estou dizendo que Deus é ruim, nada disso, estou apenas afirmando que Deus sempre tem o melhor para nós, ainda que todas as circunstâncias digam o contrário, Deus estará ao nosso lado, cuidando de nossas vidas.

Portanto, quando aparecerem fantasmas em nossas vidas, não devemos temer, pois temos um Deus maior, que venceu a morte e que nos ama incondicionalmente e, nunca permitirá que sejamos destruídos, mas, para isso, temos que viver em obediência aos seus mandamentos. Dessa forma, saberemos distinguir o que realmente é um fantasma e, aí, derrotá-lo, e quando trata-se de Deus moldando o nosso caráter para que possamos estar aptos a habitar em seu Reino.

Jesus ao ver que seus discípulos estavam apavorados, se identificou e tentou confortá-los, mas, ainda sim, Pedro duvidou. Pediu a Jesus um sinal para que não restasse dúvida quanto à sua identidade. Em atitude de fé, pediu para que Jesus lhe recebesse e que ele fosse ao seu encontro sobre as águas. Jesus consentiu com o pedido e Pedro começou a andar sobre as águas, porém, quando percebeu o vento, Pedro ficou com medo e começou a afundar, foi quando Jesus o segurou e disse “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”. Então, voltaram e quando entraram no barco o vento cessou e todos o adoraram.

Voltando à introdução desse estudo, eu disse que muitas pessoas passam a maior parte de suas vidas orando para que Deus ouça suas orações e as submetam às experiências mais íntimas com Deus, querem sentir a sua presença, ouvir a Sua voz, mas, a verdade é que nem todas que pedem isso têm fé suficiente para vivenciar tais feitos. Pedro era apóstolo de Jesus, tinha uma condição privilegiada, pois convivia e era ministrado diariamente por Jesus, portanto, tinha conhecimento das escrituras, mas, ainda sim, teve pouca fé e quase se afogou.

Não temos como confiar 50, 60 ou 99% em Deus, a nossa confiança deve ser sempre total (100%), devemos deixá-lo dirigir o nosso barco e apenas confiar que nenhum vento ou tempestade será capaz de afundá-lo, pois dentro dele está Jesus. Coloque Ele dentro do barco da sua vida e nada impedirá que os seus planos se realizem e, melhor, que os propósitos de Deus se cumpram. Muitos ventos surgiram nessa viagem, mas, não devemos temer, não podemos fazer como Pedro que, em determinado momento tirou o foco de Jesus e se concentrou no vento, ele deixou de olhar para Jesus e olhou para o problema, para o vento. A partir do momento em que deixarmos de ter o foco em Jesus e passamos a nos concentrar nos ventos, as coisas piorarão, pois Jesus não poderá agir e, conseqüentemente, aos poucos afundaremos e quando percebermos que estamos com água até o pescoço, aí sim, lembraremos de Jesus e clamaremos para que Ele estenda sua mão e nos resgate. Não vamos deixar chegar a esse ponto, que tal continuar focados em Jesus e andando sobre as águas, vencendo as tribulações?

Deus é educado, não governará a nossa vida sem que haja um consentimento, Ele não invadirá nosso barco e tomará o controle, não, ele ficará próximo, esperando a nossa ordem e, então, nós diremos “Venha, governe a minha vida, dirija o barco da minha vida e livra-me de todos os ventos e tempestades”. Assim estaremos sempre sobre as águas.




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